Entrevista para a revista italiana
Metal Shock feita pelo entrevistador
Alessandro Ariatti com o guitarrista
Michael Weikath no ano de
1996.
METAL SHOCK - Em memória de Ingo. Michael Weikath foi vastamente culpado por demitir Ingo Schwichtenberg da banda. Mas chegou a hora de restaurar a verdade.
MICHAEL WEIKATH - Alguns dias antes do Ingo cometer suicídio, nós o encontramos e dissemos a ele que não poderia mais fazer parte da banda, porque era óbvio para todos nós que ele estava sofrendo de esquizofrenia. Ele estava voltando de uma terapia para recuperação de álcool e drogas, aliás, nós não temos certeza se ele estava focado na situação. Ele já havia prometido antes que não iria mais cair em armadilhas e se envolver naquela situação, mas as promessas nunca correspondiam aos fatos. Ingo chegou ao ponto no qual ele era responsável por muitas atitudes doidas, mas o problema foi ele não ter percebido o dano que estava causando. Como nós poderíamos estressá-lo com um novo álbum e uma nova turnê? A verdade é que depois de "Chamaleon", estava claro que ele não voltaria para tocar bateria.
Quando nós decidimos mandá-lo embora, logo depois do lançamento do álbum, eu tive uma conversa com ele de 6 horas ao telefone, na qual eu expliquei ao Ingo porque nós tomamos aquela difícil decisão. O único que quis manter o Ingo como o baterista do Helloween foi Michael Kiske e eu acho que o comportamento dele foi particularmente idiota, porque ele não enxergou a realidade dos fatos.
Um dia Michael me disse “Ei Weiki, você promete ao Ingo que ele irá voltar à banda, depois você muda de idéia". Essa foi uma declaração totalmente sem sentido, pois eu deixei claro ao Ingo que nós não o queríamos mais como baterista se ele não se livrasse das drogas. Depois, em "Master Of The Rings", também decidimos nos separar do Michael Kiske e a seguir rolaram muitas entrevistas polêmicas; mas o que mais me magoou nessa triste situação, foi ser acusado por pessoas que nunca se importaram com o Ingo.
Nós tentamos ajudá-lo de todas as maneiras, fazendo o que fosse possível e Ingo sabia disso. A namorada dele me confessou alguns dias antes do suicídio que ele lhe disse que não estava totalmente irritado com a gente. Isso prova que algumas pessoas deveriam pensar melhor antes de falarem coisas sobre as quais elas não sabem e não sentiram na própria pele.